Os nossos pets, principalmente cães e gatos, interpretam e interagem com o mundo através dos sentidos, sendo um deles a visão. Porém, o conceito de imagem, uma forma definida que nós, seres humanos, obtemos através da visão, pode ter um significado muito diferente para os animais. 

A ciência já chegou a definir que os cães e gatos não possuem consciência, já que não fazem uma imagem de si próprios. A prova física disso seria feita em um espelho: nós humanos, quando estamos em frente a um espelho, nos reconhecemos e temos a consciência de que estamos ali – isso não ocorre com os cães e gatos, este tipo de consciência da própria existência não existe para eles.

Agora, no entanto, a ciência sabe que nossos pets podem ter algum nível de consciência, mas partindo de um ponto de vista diferente, conectado ao sentido do olfato. Os cães, de forma especial, reconhecem o mundo através dos cheiros. Além disso, os sons também são muito importantes para nossos queridos filhos peludos. 

Nossos animais de estimação são capazes de saber desde uma longa distância quando estamos chegando em casa e identificam se uma guloseima está dentro da sacola de compras muito antes de se depararem com o pacote. 

Analisando o comportamento animal dentro desse contexto, a consciência dos pets foi testada por um pesquisador dos Estados Unidos. O teste é simples, e você pode adaptá-lo e repeti-lo na sua casa, se quiser.

O professor usou a urina do seu cão no experimento. Quando o animal saía para passear, ele espirrava bons jatos de xixi em flocos de neve, que eram recolhidos pelo dono. Depois, o pesquisador recolhia mais flocos de neve com o xixi de outros cães que também marcavam aquele território. 

Todos os flocos de neve foram colocados à disposição do cachorro do pesquisador. A intenção era que ele se reconhecesse através do odor da própria urina e marcasse território apenas nos flocos de neve que estavam com o xixi de outros cachorros. O teste funcionou perfeitamente! O animal pulou todos os bloquinhos de neve que já tinham sua urina e fez xixi apenas nos que estavam encharcados com a urina dos colegas.

Essa é uma maneira de um cão se reconhecer e, respeitadas todas as suas limitações, ter consciência da sua existência no mundo. E para chegar a essa conclusão, o ser humano precisou adotar uma ótica canina: o mundo precisava ser observado pela perspectiva de um cachorro e não de um de nós!

Dessa forma, é possível dizer que os cães e gatos usam os cheiros e sons, seus sentidos principais, para enxergar e reconhecer o mundo ao seu redor. 

Um mundo com poucas cores, mas com muitos sons e cheiros!

A ambientação dos cães e gatos é feita pela captação e memorização de sons e cheiros, com poucas imagens e cores. Um cachorro, por exemplo, possui cerca de 300 milhões de células olfativas!

Por isso, os cães farejadores conseguem detectar drogas escondidas em uma bagagem no aeroporto ou mesmo um paciente com câncer apenas ao sentir o hálito da pessoa doente. Este tipo de teste já foi feito por pesquisadores, que ensinaram os cães a reconhecerem os odores emitidos pelo hálito de pacientes com tumores cancerígenos. Em testes feitos na Alemanha, por exemplo, os cachorros foram capazes de acertar 70% dos pacientes que tiveram o hálito testado para câncer. 

Já os gatos possuem cerca de 200 milhões de células olfativas e são conduzidos pelos cheiros. Por isso, os odores também são fundamentais para o seu comportamento.Viu como o universo dos animais é fantástico e misterioso? Ainda temos muito que aprender sobre as super habilidades e os sentidos de nossos animais de estimação. Continue acompanhando o blog da Olho Clínico para conferir outras curiosidades!